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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vídeos sobre o impacto da construção de usinas hidrelétricas

Na postagem anterior, ironizamos a suposta salvação do planeta por meio do uso de “energias limpas”. Recomendamos agora, alguns links através dos quais se pode ter acesso a vídeos que tratam dos impactos socioambientais resultantes da construção e operação de usinas hidrelétricas no Brasil: desflorestamento, modificação no regime dos rios, alteração da qualidade da água, erosão, perda de biodiversidade e de terras agricultáveis, destruição de lugares, realocação de pessoas, entre outros . Acreditamos que valha a pena assistir e refletir, uma vez que a matriz energética brasileira depende fortemente da energia hidrelétrica.
Não podemos viver sem energia, mas podemos estudar, propor e exigir novas formas de minimizar os impactos socioambientais que decorrem desta atividade humana.

Impactos Ambientais causados por construção de hidrelétricas
http://www.youtube.com/watch?v=-I5t0CSBSto&feature=related

OUTRO OLHAR - Crítica à construção da Usina de Belo Monte
http://www.youtube.com/watch?v=OkJfV4GqOA4&feature=related

Impactos Ambientais Usina Belo Monte
Defendendo os rios da Amazônia – parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=ey1I3FJ_-Dg&feature=related

Fantástico Usina de Belo Monte Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=E4TUY5AJvC4&feature=related

Fantástico Usina de Belo Monte Parte 2 e Ferrovia Oeste Leste e lagoa encantada na Bahia (até 1:54)
http://www.youtube.com/watch?v=J1q4a7PZVNM&feature=related


Ufa! Estamos salvos!

Na cruzada internacional contra o aquecimento global e seus grandes vilões (dizem alguns, outros não...), os combustíveis fósseis emissores de CO2, parece que encontraram uma solução miraculosa: a energia limpa.
Ufa! Podemos continuar dirigindo nossos carros, utilizando microondas, geladeira, ar condicionado, microcomputadores... Enfim, a civilização está salva!
Já podemos recostar tranquilamente nossas cabeças em macios travesseiros (feitos de espuma elaborada a partir do petróleo, é claro...) e dormir o sono dos justos.
Nossos heróis e líderes norte-americanos e europeus descobriram a salvação para o planeta (quanta humildade...) e para nosso modo de vida capitalista: basta usar energia limpa! E mais: os pobres países em desenvolvimento podem copiar a solução! Não é incrível?
Energia solar, eólica, nuclear, "biocombustíveis"... Simples assim!
Aqueles que ponderam sobre os impactos socioambientais da produção de energia vinda destas fontes são conservadores, ignorantes, irresponsáveis, ou, no mínimo, pessimistas... (falemos bem baixinho: não contemos a ninguém que a mudança nas matrizes energéticas em nível global darão lucros inimagináveis àqueles que dominarem os novos "mercados energéticos").
Perda da biodiversidade, poluição sonora e visual, destruição dos lugares que são parte da identidade das pessoas, lixo nuclear e riscos de acidentes, emissão de aldeídos para a atmosfera, erosão do solo, desflorestamento, exploração de trabalhadores, insegurança alimentar, comprometimento de recursos hídricos... Ora, são efeitos tão sutis que nem se pode chamar de impactos socioambientais!
Que bom: mudar radicalmente nossa relação com a natureza não será necessário. O dragão capitalista que cuspia fogo de petróleo foi parar na UTI, mas respira com a ajuda de placas fotovoltaicas e pás movidas a vento, está levemente sedado com reatores nucleares e se alimenta de biomassa.
Ufa! Estamos salvos...

domingo, 28 de agosto de 2011

"A SÉTIMA ARTE E A SUA CONTRIBUIÇÃO NAS QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS"

Sabe pessoal, em 2009, estava eu na NET à procura de títulos de filmes relacionados às questões socioambientais para levar aos meus alunos e, de repente, encontrei um site intitulado como “Juventude Verde São Paulo” que falava um pouco sobre a contribuição da Sétima Arte a esta temática indicando 45 filmes de diversas épocas relacionados à Sustentabilidade. Por sorte ele ainda encontra-se disponível no endereço a seguir – http://www.juventudeverdesp.org.br. Mas, para quem não conseguir acessar, segue abaixo a reportagem na íntegra:

“O poder dos meios de comunicação para gerar debate sobre determinado tema já foi comprovado em diversos estudos e pesquisas nas últimas décadas. E no caso do cinema, um dos meios mais influentes do século 21, não é diferente. A sétima arte já tratou em diversas ficções e documentários os vieses social, ambiental e econômico que integram o conceito da sustentabilidade e perpassam questões sobre ética, governança e qualidade de vida. Desde filmes hollywoodianos (O dia depois de amanhã) até clássicos absolutos do cinema (Tempos Modernos, Metrópolis, Ladrões de bicicletas), temas de caráter socioambiental têm sido debatidos em diversos formatos e linguagens. O Brasil também se destaca no gênero com filmes que obtiveram grande sucesso de bilheteria, como “Cidade de Deus”, e também pela visão documental do renomado Eduardo Coutinho em “Peões”. Confira abaixo uma lista de 45 filmes de diversas épocas e países que abordam temas relacionados à sustentabilidade”

 
1. “The Age of Stupid”
Direção: Franny Armstrong (2008)
O filme mostra a retrospectiva de um homem que vive no ano 2055, após o ponto em que já não há retorno em relação ao aquecimento global ter passado. Ao rever documentários da nossa época (2007-2008), ele se pergunta por que fomos tão estúpidos a ponto de não tentar frear o processo de mudanças climáticas enquanto era tempo.

2. "À margem da imagem"
Direção: Evaldo Mocarzel (2003)
Documentário sobre a sobrevivência, o estilo de vida e a cultura dos moradores de rua de São Paulo. Temas como exclusão social, desemprego, alcoolismo, loucura e religiosidade permeiam a narrativa e estimulam a discussão sobre essas comunidades marginalizadas e esquecidas em meio ao fluxo da cidade.

3. "A Qualquer Preço (A Civil Action)"
Direção: Steven Zaillian (1998)
O filme, baseado em história real, mostra o trabalho de um advogado na busca pela condenação judicial de uma empresa que causou a contaminação do rio que abastece uma cidade nos Estados Unidos.
 
4. "Boa Noite e Boa Sorte (Good Night, And Good Luck)"
Direção: George Clooney (2005)
O filme conta a história de Edward R. Murrow (David Strathairn), um repórter que pretende desmascarar as falcatruas políticas do Senador norte-americano Joseph McCarthy na década de 50. Baseado em fatos reais.

5. "Bye, Bye Brasil"
Direção: Cacá Diegues (1979)
Tendo como pano de fundo a construção da rodovia Transamazônica, quando diversas mudanças passam a integrar a vida de comunidades da região, Bye, Bye Brasil retrata uma caravana de artistas mambembes que cruza a Amazônia até chegar a Brasília com seu entrono cercado de dilemas socioambientais.
 
6. "Cidadão Kane (Citizen Kane)"
Direção: Orson Welles (1941)
William Randolph Hearst, um poderoso magnata dos meios de comunicação dos EUA, serviu como inspiração para um dos filmes mais famosos de Orson Welles. A ascensão desse mito da imprensa americana passa pela total falta de ética e escrúpulos em relação aos demais atores sociais.
 
7. "Cidade de Deus"
Direção: Fernando Meirelles (2002)
Na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos do Rio de Janeiro, um jovem pobre e negro descobre seu talento como fotógrafo e passa a registrar imagens de sua comunidade. É através de seu olhar que o filme mostra o dia-a-dia da favela, a violência e a falta de oportunidade.

8. "A Corporação (The Corporation)"
Direção: Jennifer Abbott e Mark Achbar (2003)
A hegemonia de corporações, que cresceu com o passar dos anos, é o foco principal desse filme de 2003. A obra mostra como, na sociedade atual, a vida da população é diretamente influenciada pelas decisões dessas gigantes do mundo globalizado.

9. "O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow)"
Direção: Roland Emmerich (2004)
 A discussão sobre as conseqüências das mudanças climáticas para o planeta e para a existência humana é o pano de fundo dessa ficção hollywoodiana. Além das conseqüências do aquecimento global, aborda a migração, já que no filme o norte dos EUA passa por uma nova era glacial e faz com que milhões de sobreviventes rumem para o sul.

10. "Diamante de Sangue (Blood Diamond)"
Direção: Edward Zwick (2006)
Em meio à guerra civil em Serra Leoa, Danny Archer, que contrabandeia os diamantes de sangue (usados para financiar a compra de armas), encontra Solomon Vandy, um pescador separado da família em um dos ataques de um grupo rebelde que encontra um raro diamante rosa. Enquanto isso, a jornalista Maddy Bowen investiga os diamantes de sangue e seu comércio ilegal. Exibe cenas reais sobre a guerra.

11. "Em Busca da Vida (Sanxia Haoren)"
Direção: Jia Zhang-Ke (2006)
A construção da usina de Três Gargantas, na China, deixou suas sequelas para a população local. “Em busca da vida” mostra o retrato de algumas dessas pessoas afetadas pela polêmica construção, que resultou na inundação de cidades e transferência de moradores para outros locais.

12. "Entre os muros da escola (Entre les murs / The Class)"
Direção:  Laurent Cantet (2009)
Uma escola em um bairro cheio de conflitos e diferenças culturais acentuadas na França contemporânea: esse é o local onde François e outros professores passam a dar aula. Apesar da determinação de oferecer conhecimento aos alunos, alguns jovens podem minar todo esse entusiasmo.

13. "Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento (Erin Brockovich)"
Direção: Steven Soderbergh (2000)
Uma empresa do setor de energia contamina a água fornecida à uma cidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Erin Brockovich não se intimida e luta pela condenação judicial da gigante da costa oeste.  Baseado em uma história real.

14. "Extermínio (28 Days Later)"
Direção:  Danny Boyle (2002)
Um grupo de ativistas invade um laboratório de pesquisas com macacos e encontra chimpanzés presos. Ao perceberam que os animais estavam sendo violentados, os ativistas decidem libertá-los. Soltos, os macacos passam a atacar todos à sua volta de forma violenta.

15. "Filhos da esperança (Children of Men)"
Direção:  Alfonso Cuarón (2006)
Durante uma crise de infertilidade da raça humana, o mais novo cidadão do planeta falece aos 18 anos e a humanidade enfrenta a possibilidade de extinção. A ficção mostra a história de Theo (Clive Owen), um sobrevivente e ex-ativista que é forçado a enfrentar seus próprios medos para tentar evitar o fim da humanidade.

16. "O Futuro da Comida"
Direção: Deborah Koons (2004)
O documentário faz uma investigação sobre a verdade por trás dos alimentos geneticamente modificados (transgênicos) que têm preenchido cada vez mais os mercados americanos na última década.
   
17."A História das Coisas (The Story of Stuff )"
Direção: Annie Leonard (2007)
Disponível no site http://www.storyofstuff.com, e também no YouTube com legendas em português, o documentário de linguagem simples e direta mostra o ciclo de vida dos produtos que consumimos, desde de sua matéria-prima até o descarte final.

18. "O Homem que Virou Suco"
Direção: João Batista de Andrade (1981)
Um poeta recém-chegado do Nordeste a São Paulo é confundido com o operário de uma multinacional que mata o patrão. Em meio a perseguição que o personagem sofre injustamente, o filme aborda a relação do homem simples diante de uma sociedade opressora e diferente de sua terra natal, que acaba aos pouco com as suas raízes do homem comum.

 
19."Hotel Ruanda (Hotel Rwanda)"
Direção:  Terry George (2004)
Baseado em um personagem do livro “Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias”, de Philip Gourevitch, Hotel Ruanda mostra a luta pela sobrevivência em meio a intolerância gerada pelo conflito étnico de gerações que assola a região africana. Paul Rusesabagina era gerente de um sofisticado hotel na capital de Ruanda, em 1994, e tentou proteger mais de 1200 adultos e crianças do genocídio no local.

20."O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener)"
Direção:  Fernando Meirelles (2005)
Justin Quayle, diplomata por profissão e jardineiro por hobby, tem sua rotina alterada quando sua esposa é brutalmente assassinada. Com o intuito de descobrir o que aconteceu à mulher, acaba sabendo que o crime foi uma queima de arquivo comandada pela indústria farmacêutica que usa africanos como cobaias para testes.

21."Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette)"
Direção:  Vittorio De Sica (1948)
Em meio às ruínas da II Guerra Mundial, o neo-realismo no cinema italiano surge com situações do dia a dia, personagens comuns e filmagens nas ruas. Em “Ladrões de bicicletas”, Ricci é um desempregado, cuja bicicleta é roubada no primeiro dia de trabalho. Sem ela, sabe que perderá o emprego e a partir daí, o roubo surge como opção para um homem honesto.

22."Metropolis"
Direção: Fritz Lang (1927)
O clássico de Fritz Lang, um dos ícones do expressionismo no cinema, se passa no século 21, numa grande cidade governada por um poderoso empresário. Os seus “amigos” constituem a classe privilegiada, enquanto os trabalhadores são escravizados pelas máquinas, condenados a viver e trabalhar no subsolo. Nesse contexto, a jovem Maria se destaca, incentivando os trabalhadores a se organizarem para reivindicar seus direitos.

23. "Momento Inesquecível (Local Hero)"
Direção: Bill Forsyth (1983)
O filme retrata o conflito entre uma empresa texana de petróleo e pescadores na Escócia, cujas terras da comunidade simples são requisitadas para a implantação de uma refinaria.

24."Natureza Morta (Still Life)"
Direção: Jia Zhang Ke (2006)
Tendo como pano de fundo a polêmica construção da barragem das Três Gargantas, Natureza Morta exibe duas histórias de amor e ruptura. A cidade de Fengjie já está submersa, mas o seu novo bairro ainda não foi terminado quando Han Saming, um mineiro, viaja para lá buscando encontrar a ex-mulher que não vê há 16 anos. Enquanto isso, Shen Hong, uma enfermeira, está à procura do marido que não vê há dois.
 
25."Norma Rae"
Direção: Martin Ritt (1979)
A luta de uma operária por melhores condições trabalhistas numa empresa do setor têxtil, em uma pequena cidade americana, é o pano de fundo para o drama baseado em história real.

 
26."Obrigado por Fumar (Thank You for Smoking)"
Direção: Jason Reitman (2006)
Um lobbista da indústria de cigarros tem seu jogo de cintura colocado a prova em uma luta para “proteger” o direito de fumar. Ao mesmo tempo, deseja ser um bom exemplo para o filho. O filme trata de forma irônica a disputa entre governo e a indústria do fumo americana.

27."O que você faria?"
Direção: João Jardim (2006)
No mesmo dia de uma reunião do G-8, executivos disputam uma vaga numa empresa em Madri (Espanha). Mesmo com as ruas da capital espanhola ocupadas por violentas manifestações contra a cúpula, os candidatos participam da seleção, que inclui uma estranha prova, cujo objetivo é descobrir qual o agente da empresa infiltrado entre os participantes.
 
28."Peões"
Direção:  Eduardo Coutinho (2004)
Em 1979 e 1980, na região metalúrgica do ABC (Grande São Paulo), trabalhadores anônimos se envolveram no movimento grevista ao lado de pessoas que se tornaram líderes, como Luís Inácio Lula da Silva. O documentário de Coutinho dá voz a essas pessoas que não seguiram a carreira política, mas tiveram suas vidas marcadas pelos movimentos grevistas da época.

29."Pro dia nascer feliz"
Direção:  João Jardim (2006)
Situações de preconceito, violência e esperança fazem parte do cotidiano dos adolescentes brasileiros nas escolas. O documentário “Pro dia nascer feliz” se passa em três estados brasileiros e mostra a situação de jovens de diversas classes sociais e seus professores, auxiliando no debate sobre como melhorar a educação, que representa hoje uma das áreas mais debilitadas no Brasil.

30."Quanto vale ou é por quilo?"
Direção:  Sergio Bianchi (2005)
Três histórias se entrelaçam para contar a exploração da miséria e a aparente solidariedade prestada: no século XVII, um capitão-do-mato captura uma escrava fugitiva, que está grávida. Nos dias atuais, uma ONG implanta o projeto Informática na periferia e uma das personagens descobre que os computadores foram superfaturados. Em outro lugar, um jovem desempregado torna-se matador de aluguel para sustentar a esposa grávida.

31."Rei do Milho (King corn)"
Direção: Aaron Woolf (2007)
Dois amigos se mudam para a cidade para aprender mais abre a comida que consomem. Com um pouco de ajuda eles conseguem plantar muito milho, mas quando procuram nas embalagens dos supermecados, não encontram nenhuma informação sobre seu produto. O filme aborda questões preocupantes sobre como consumimos e cultivamos os alimentos.

32."O Retrato de uma Coragem (Silkwood)"
Direção: Mike Nichols (1983)
Karen Silkwood (Meryl Streep), funcionária de uma fábrica de componentes nucleares em uma pequena cidade do interior dos EUA luta pela saúde e por melhores condições de trabalho para os funcionários do local. Porém, acaba descobrindo mais do que os poderosos gostariam que ela soubesse, pondo em risco sua própria vida. Baseado em fatos reais.

33."Sangue Negro (There Will Be Blood)"
Direção:  Paul Thomas Anderson (2007)
Um mineiro de prata derrotado divide seu tempo com a tarefa de ser pai solteiro. Um dia ele descobre a existência de uma pequena cidade no oeste onde há muito petróleo. Decide partir para o local com seu filho e se arriscar na busca pelo sangue negro, que lhes traz riqueza e muitos conflitos.

34."A Síndrome da China (The China Syndrome)"
Direção: James Bridges (1978)
Ficção que mostra o acidente de uma usina nuclear. Teve grande repercussão por ter sido lançado doze dias antes do acidente ocorrido na usina nuclear de Three Mile Island, nos Estados Unidos.

35."Super Size Me"
Direção:  Morgan Spurlock (2004)
Estudos recentes comprovaram que a cada três americanos, dois estão acima do peso ou são obesos. Super Size Me tenta mostrar que a ingestão de fast food pode ajudar no crescimento desses números e acabar com a saúde da população.

36."Syriana – A Indústria do Petróleo (Syriana)"
Direção:  Stephen Gaghan (2005)
Robert Baer investiga terroristas no mundo todo e, à medida que a ação deles passa a ser cada vez mais forte, o personagem observa a CIA dando lugar à politicagem. Porém, esses problemas começam a entrar na esfera pessoal quando um executivo do ramo petrolífero e sua mulher são envolvidos nessas tramas.

37."Tempos Modernos (Modern Times)"
Direção: Charlie Chaplin (1936)
Um trabalhador de uma fábrica tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para o hospício, e quando retorna para a “vida normal”, encontra a fábrica já fechada. Em busca de outro destino acaba se envolvendo numa greve e é preso, entre outras confusões do gênero.

38."Terra Fria (North Country)"
Direção:  Niki Caro (2005)
No início dos anos 70, Josie Aimes foge do marido e volta para sua terra natal, onde começa a trabalhar em uma mina de ferro. Ela e suas colegas são molestadas pelos homens que trabalham no local, mas os proprietários não fazem nada a respeito. Josie decide então mover uma ação legal contra eles. Inspirado em fatos reais.
 
39."Todas as crianças invisíveis (All the Invisible Children"
Direção  Mehdi Charef / Emir Kusturica / Spike Lee / Kátia Lund / Jordan Scott / Ridley Scott / Stefano Veneruso (2005)
Reunião de sete curtas-metragens protagonizados por crianças de países diferentes e dirigidos por importantes cineastas, entre eles, a brasileira Kátia Lund.

40."A Última Hora (The 11th Hour)"
Direção: Nadia Conners, Leila Conners Petersen (2007)
Descreve o último momento em que ainda é possível alterar o rumo das mudanças climáticas e os impactos consequentes sobre ecossistemas e o modo de vida das pessoas.
 
41. "Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth)"
Direção: Davis Guggenheim (2006)
O documentário mostra palestras e bastidores do ex vice-presidente americano Al Gore denunciando os perigos do aquecimento global.
  
42. "Verônica"
Direção:  Maurício Farias (2008)
Verônica é professora da rede municipal na iminência de se aposentar, exausta e sem a paciência. Um dia, na escola em que trabalha, ela percebe que ninguém veio buscar um aluno de oito anos. A professora decide levá-lo em casa e ao chegar no alto do morro descobre que traficantes mataram os pais do menino e querem matá-lo também. Verônica foge com o garoto e depois é obrigada a enfrentar policiais e traficantes para sobreviver.

43. "Viva Zapatero"
Direção:  Sabina Guzzanti (2005)
A italiana Sabina Guzzanti escreveu para a emissora estatal RAI um programa de humor intitulado "RaiOT", e no primeiro dia o programa foi cancelado, considerado vulgar pela emissora no tratamento com o governo. Nesse documentário, Guzzanti questiona os motivos do cancelamento e retrata as discussões sobre censura na Itália.
 
44. "Wall Street - Poder e cobiça"
Direção:  Oliver Stone (1987)
Bud Fox (Charlie Sheen) é um jovem e ambicioso corretor que trabalha no mercado de ações. Após várias tentativas consegue falar com Gordon Gekko (Michael Douglas), um inescrupuloso bilionário. Gekko o adota como discípulo e logo Bud trabalha secretamente para Gekko, abandonando qualquer escrúpulo e ética com o intuito de enriquecer.
 
45. "007- Quantum of Solace (Quantum of Solace / Bond 22)"
Direção:  Marc Forster (2008)
O filme dá continuidade à série de James Bond em “007 Cassino Royale”. Em uma missão que o leva à Áustria, Itália e América do Sul, Bond descobre que há uma conspiração para obter controle total de um dos mais importantes recursos naturais do mundo por meio da manipulação de poderosos contatos na CIA e no governo britânico.

sábado, 27 de agosto de 2011

Sala de aula - O uso de imagens nas Ciências Humanas

Nossa última postagem referia-se a uma charge de Jean (conheça o blog: http://jeangalvao.blogspot.com/), Etanol. Por isso, consideramos apropriado indicar agora alguns vídeos interessantes que tratam do uso de imagens nas aulas de Ciências Humanas.
Trata-se de um programa (Release) apresentado pelo professor Marlus Geronasso, onde dois professores da área de Ciências Humanas discutem a questão com base em suas dissertações de mestrado. Sandro Luis Fernandes (Professor de História, Filosofia e Sociologia) fala sobre quadrinhos e Marcelo Fronza (Professor de História da UFPR) sobre cinema.

O programa foi dividido em quatro partes: 

Mídia e o ensino de História - Parte 1 - Quadrinhos
Parte 2 - Quadrinhos
Parte 3 – Cinema
Mídia e o ensino de História - parte 4 - Filosofia e considerações

domingo, 21 de agosto de 2011

Agrocombustíveis x biocombustíveis

Embora os dois termos venham sendo utilizados comumente como sinônimos, de fato não são. O Prof. Dr. do Departamento de Geografia, UNESP Presidente Prudente, José Tadeu Garcia Tommaselli, afirma que os agrocombustíveis só podem ser colocados na categoria dos biocombustíveis "[...] se forem obedecidos os preceitos básicos da sustentabilidade: melhoria das condições sociais da parcela da população que atua direta e indiretamente em todo o ciclo de produção; aumento da intensidade da cadeia econômica, com geração de empregos e distribuição de renda e, por fim, mas não menos importante, produção dentro dos limites dos ecossistemas, evitando os impactos negativos sobre o ambiente natural e evitando a destruição da biodiversidade. [...]"1.


Refletindo sobre o assunto, escolhemos uma charge que acreditamos ser bastante representativa do que ocorre em nosso país no que se refere à produção dos agrocombustíveis e mostra o quanto ainda estamos distantes da sustentabilidade necessária para elevá-los à condição de biocombustíveis.
A charge, publicada na Folha de São Paulo, é de autoria do desenhista, cartunista e chargista brasileiro, Jean Galvão e foi extraída do blog de Daniel Hiraici.
Com o objetivo de ampliar as possibilidades de leitura crítica da charge, disponibilizamos a seguir, um texto elaborado por Arthur Henrique de Oliveira (PUC-SP), pelo Programa de pós-graduados em História da Ciência PUC/SP, sob a orientação da Profa. Dra Maria Elice B.Prestes.  Neste texto, o autor propõe reflexões a respeito das relações entre biocombustíveis e sutentabilidade.



BIOCOMBUSTÍVEIS E SUSTENTABILIDADE: REFLEXÕES NECESSÁRIAS
1 INTRODUÇÃO
A discussão em torno da produção de energia limpa e renovável não é recente, no final do século XIX Rudolph Diesel, inventor do motor de combustão interna (motor diesel) utilizou álcool e óleo de amendoim como combustíveis em seus ensaios (BARUFI et al, 2007), mas o tema ganhou caráter de urgência nos últimos tempos, principalmente após a divulgação do relatório sobre aquecimento global do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas). Diante do alarde provocado pelo relatório ficou patente a necessidade de adoção de medidas efetivas governamentais como forma de frear o aumento dos gases atmosféricos que causam aquecimento global, uma dessas medidas é o estimulo ao uso dos biocombustíveis.
Os biocombustíveis são fontes de energias renováveis, derivados de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas (babaçu, amendoim, soja, mamona, girassol, canola, dendê, pinhão manso, arroz, etc), biomassa florestal e outras fontes de matéria orgânica, como a gordura animal.
1.1 Etanol
O etanol constitui-se hoje como um produto de diversas aplicações no mercado, sendo largamente utilizado como combustível automotivo na forma hidratada ou misturado à gasolina.
Definitivamente o etanol entrou na agenda de empresas de tecnologia, governos e, principalmente, de investidores interessados nas grandes oportunidades que o setor tende a oferecer (PINTO, MELO et al, 2008).
Porém, apesar dos intensos impactos ambientais que a produção dos biocombustíveis pode causar ao ambiente, a questão vem sendo negligenciada pelos que defendem a substituição do petróleo pelo álcool como medida para reduzir o aquecimento global. Recentemente a BBC Brasil, citando reportagem da Revista Time afirmou que o desmatamento na Amazônia está sendo acelerado por uma fonte improvável: os biocombustíveis (GARCEZ, 2008).
Segundo Cristo, (2008), historicamente no Brasil a produção de cana-de-açúcar é conhecida pela superexploração do trabalho, destruição do meio ambiente e apropriação indevida de recursos públicos. As usinas se caracterizam pela concentração de terras para o monocultivo voltado à exportação. Utilizam em geral mão-de-obra migrante, os bóias-frias, sem direitos trabalhistas regulamentados. Os trabalhadores são remunerados pela quantidade de cana cortada, e não pelo número de horas trabalhadas.
E ainda assim não têm controle sobre a pesagem do que produzem. Alguns chegam a cortar, obrigados, 15 toneladas por dia. Tamanho esforço causa sérios problemas de saúde, como câimbras e tendinites, afetando a coluna e os pés. Ainda segundo o religioso, o prefixo grego bio cujo significado é vida, deveria ser substituído por necro, morte, ou seja, os necrocombustíveis estão sendo denominados incorretamente de biocombustíveis.
1.2 Biodiesel
Biodiesel é uma denominação genérica para os combustíveis obtidos a partir de óleos vegetais e gorduras animais para serem usados em motores de ignição por compressão, conhecidos como motores a diesel. É importante ressaltar que o óleo puro das oleaginosas não pode ser considerado como biodiesel, mesmo que misturado ao diesel de petróleo. Este é um engano bastante comum, apenas o diesel vegetal obtido pelo processo denominado quimicamente por transesterificação pode ser classificado como biodiesel. Quando se tem uma mistura de 2% de biodiesel e 98% de diesel, esta recebe o nome de B2, 3% B3, 5% B5, e assim por diante. Quando temos apenas biodiesel, atribuímos o nome de B100 (BARUFI at al, 2007).
Em relação ao biodiesel, apenas recentemente esse biocombustível entrou na agenda do governo brasileiro. Apesar da primeira patente do biodiesel no mundo ter sido obtida no Brasil, em 1980, pelo Professor Dr Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará seu processo de industrialização ocorreu na Europa nos 1990, sendo este continente hoje o principal mercado produtor e consumidor do mundo. No Brasil somente em 2004 é que foi lançado, oficialmente, pelo governo brasileiro o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (BARUFI, et al, 2007).
A tecnologia desenvolvida para a mistura direta de óleo vegetal ou animal ao diesel convencional vem sendo testada pela Petrobrás e recebe a denominação de “H-Bio”, possuindo características físicoquímicas idênticas às do diesel convencional, com exceção do fato de não conter enxofre em sua fórmula e não ser ainda economicamente viável (BARUFI et al, 2007).
2 PRINCIPAIS CRÍTICAS AOS BIOCOMBUSTÍVEIS
A preocupação com a questão ambiental não vem recebendo a mesma atenção que o aumento de produção, fatores essenciais para a sustentabilidade da agricultura canavieira não estão sendo levados em conta, e embora seja indiscutível o avanço ambiental ocasionado pela substituição de boa parte dos combustíveis fósseis pelo etanol, principalmente nos grandes centros urbanos, não se pode dizer o mesmo dos impactos ecológicos de seu processo produtivo como a degradação de ecossistemas, poluição atmosférica causada pelas queimadas, poluição de cursos d’água e do lençol freático causado pela aplicação excessiva de agrotóxicos.
Também a rotina de trabalho nos canaviais equipara a vida útil dos cortadores à dos escravos do início da colonização brasileira. Devido à ação repetitiva e ao esforço físico, o trabalhador, com o passar do tempo, começa a apresentar problemas sérios de coluna, nos pés, câimbras e tendinites, já que chega a colher cerca de 15 toneladas de cana-de-açúcar por dia (ALVES, 1992). Geralmente nesse sistema manual de corte o contrato de trabalho é por tempo determinado, e os trabalhadores não recebem seguro desemprego, férias, décimo terceiro. Grande parte dos trabalhadores que compõem o contingente de cortadores são migrantes nordestinos requisitados preferencialmente por possuírem um perfil para o corte manual. A necessidade premente de ganhar dinheiro, para assegurar a subsistência da família distante, tem funcionado como um freio que os torna mais tolerantes com os descumprimentos das leis trabalhistas, com as injustiças e as distorções que ocorrem nas medições, uma vez que o salário é calculado sobre a quantidade de cana cortada, quanto mais se corta, mais se ganha (NOVAES, 2007).
Segundo Cassol (2007), o etanol é um combustível limpo, produzido de maneira suja, além de ambientalmente insustentável no processo de produção e socialmente perverso na maneira como aloca mão-de-obra e trata os trabalhadores, beneficiando apenas os grandes usineiros. E de acordo com estudos recentes o benefício do uso do etanol no combate ao aquecimento global é questionável, pesquisas recentes realizadas na Universidade de Minnesota (EUA), publicado em fevereiro pela revista Science, indicou que a conversão de florestas no Brasil, no Sudeste Asiático e nos EUA para o cultivo de grãos e outras plantas usadas como matéria-prima na produção de biocombustíveis pode gerar emissões de dióxido de carbono maiores do que as que se economiza com combustíveis fósseis.
Na Europa os ambientalistas têm adotado o termo agrocombustíveis, que é bem menos positivo, em lugar de biocombustíveis (RANGEL, 2008). Também o Fórum de Soberania Alimentar realizado em fevereiro de 2007 em Mali, na África, a Via Campesina Internacional decidiu que o termo biocombustível deveria ser substituído por agrocombustível. Isso porque a organização social avalia que o incentivo a esse tipo de combustível tem levado ao crescimento das monoculturas ameaçando a economia familiar e a soberania alimentar (CASSOL, 2007).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os riscos pela corrida desenfreada pela produção de biocombustíveis, devem nos alertar para os impactos ambientais gerados pela monocultura, do prejuízo à soberania alimentar e ao aumento da exploração econômica sobre os pequenos agricultores. Mesmo que toda a superfície da Terra fosse utilizada para produzir biocombustíveis, seria impossível a manutenção do consumo nos patamares de hoje, o que denota a necessidade urgente de se diversificar a matriz energética mundial. Porém, apesar das preocupações com os problemas ambientais serem hoje consensuais, não se pode afirmar o mesmo quando se discute as ações concretas e necessárias para a reversão desse quadro, uma vez que, a complexidade da situação requer a conciliação de interesses, muitas vezes antagônicos entre si.
O principal argumento usado para apostar nos biocombustíveis é que eles são fontes renováveis de energia, ou seja, não se esgotam como o petróleo. Mas este cenário representa de fato uma saída para o colapso ambiental do planeta e uma alternativa para
a agricultura ou constitui-se apenas uma conjuntura para criar novas fontes de oportunidades para o agronegócio?
Referências Bibliográficas
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Modernização da agricultura e sindicalismo rural. Campinas, Tese de Doutorado. Instituto de Economia. Unicamp Universidade Estadual de Campinas, 1992.
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In: As novas energias no Brasil. Dilemas da inclusão social e programas de governo. Célio Bermann (Org.). Rio de Janeiro: Fase, 2007.
CASSOL, D. Bioenergia, para quem? Acesso em 09 abril de 2008. Disponível em:
http://www.adital.org.br/site/noticia.asp.
CRISTO, C. A. L.  Necrocombustíveis. Acesso em 10 abril 2008. Disponível em
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=28604
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Acesso em 09 abril de 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
PINTO, E.; MELO, M.; MENDONÇA, M.L.  O Mito dos Biocombustíveis. Acesso em 10 abril 2008. Disponível em: http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=2949
RANGEL, C.  União Européia já vê etanol como vilão e ameaça planos do Brasil. Acesso em 10 abril 2008. Disponível em: https://www.fao.org.br/vernoticias.

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1 TOMMASELLI, José Tadeu Garcia. Impactos econômicos e sociais dos agrocombustíveis. REDEFOR/UNESP, São Paulo, 2011, p.6.